quarta-feira, 30 de abril de 2008

As moças da vida

Ontem foi um dia especial. Diante de varios momentos especiais conheci uma colega que também adora arriscar em escrever as vezes, e coloco aqui, uma cronica linda que ela fez e me mandou...
beijão


As Moças da Vida
Não sei falar sobre Deus, não o imagino como um velhinho de barba branca com túnica azul-clara. Mas eu sei que existe uma energia que move o mundo e essa energia me ajuda a perceber as coisas boas da vida, e essa percepção acolhe minha alma e faz de mim uma pessoa mais feliz e confortada.
Outro dia fui ao dentista na Avenida Brasil na altura do número 1700, desci do ônibus, na Praça da Liberdade e resolvi passar por dentro pra cortar caminho e porque a Praça da Liberdade é lindíssima.
Passei por um canteiro de rosas vermelhas, que pareciam de veludo, tão vermelhas quanto o batom que a Madona usava nos anos 80. Vermelho sangue, vermelho vivo.
O canteiro estava repleto das rosas e eu fiquei maravilhada com a cor, com a beleza e perfeição. Parei, olhei, cheirei... Pronto! Deus existe, decidi. Deus está dentro de mim, é parte de mim, quando eu consigo ver uma rosa e me sentir feliz e agradecida, sei que é a minha parte divina se manifestando.
Saí do dentista, atravessei a Avenida Brasil e entrei numa padaria. Sentei no balcão e a moça do outro lado sorriu pra mim, me deu um bom dia caloroso e disse: o que vai querer minha querida? Tem pão-de-queijo fresquinho, quer um? Ou você prefere um pastel que acabou de sair? Pode sentar, fique à vontade.
Olhei pra moça ressabiada, com cara de elevador (aquela cara que fazemos dentro de um elevador cheio de estranhos). Fiquei boba, chocada, como diz uma amiga. Fiquei agradecida por ela existir, por ela sorrir pra mim, por ela me acolher. Fui servida e fiquei observando a moça enquanto eu comia, ela tratava todos que chegavam ao balcão de uma forma tão carinhosa que me emocionou. O meu vizinho de banco foi chamado pelo nome, descobri que ele era freguês antigo e perguntei a ele se a "moça-sorriso" era sempre assim, ele disse que em muitos anos como freqüentador da padaria, somente um dia a viu cabisbaixa, foi quando a mãe dela faleceu.
Meu pão-de-queijo estava delicioso e o café também, mas a comida é reflexo da atenção da moça com os clientes. Delícia é ser tratada com educação e respeito. Não sei o nome dela, não sei onde mora, e nem o que faz. Mas sei que assim como eu, ela tem problemas infinitos, mas quando ela acorda todas as manhãs, ela escolhe sorri pra vida e para os clientes. Ele fez o meu coração vibrar.
Outra moça que conheço que me faz feliz é caixa do Banco Itaú que fica ao lado da empresa em que traabalho, na Raja Gabaglia, altura do número 4000. Quando eu recebo meu salário, tenho opção de pedir pra alguém que está indo ao banco trocar seu cheque, trocar o meu também, mas eu prefiro ver a moça, fico na fila esperando ser atendida por ela, que me atende sorrindo, os olhos dela falam,ela trabalha com educação e amor, e dá vontade de ficar perto dela. Uma vez eu disse a ela que eu gostava de ser atendida por ela, só pra ter o prazer de vê-la sorrir (ela só fica sorrindo), e ela respondeu que a vida não tem sentido se deixarmos ser contaminados pelos problemas, me disse que tem problemas, mas eles são mais fáceis de se resolver se ela está sorrindo.
Assim como a moça da padaria e a moça do Itaú, existem um monte de moças e moços nessa vida que são luz, e o mundo seria melhor se sorríssemos como eles.
Existem opções em nossas vidas, porque temos o direito de escolha. Abro os olhos todos os dias e posso traçar o meu destino. Sorrir ou chorar? Brigar ou Amar? Agradecer ou reclamar? É uma escolha. Eu escolho procurar ser uma moça da vida e vender sorriso, minha cordialidade e meu respeito em troca de um mundo melhor.

Carol Sales

quinta-feira, 17 de abril de 2008

E o mundo completamente fora dele mesmo…

E o mundo completamente fora dele mesmo…

Era uma vez... uma menina de 5 anos que foi jogada da janela, ainda com vida pelo pai e pela madrasta. Se ainda não provaram ou se alguém ainda tem duvidas, liberdade de expressão. O que me motiva a escrever esse texto é que realmente essa historia não se encaixa em um conto de fadas, nem no que aprendemos na escola e muito menos em um País onde vivem seres humanos, e não dinossauros. Alias, por mais que os dinossauros fossem ferozes acho que nunca ouvi dizer que eles assassinavam seus filhotes. Como entender uma anomalia humana desse porte? Eu diria que o capeta mora ao lado, mais específico na casa daquelas pessoas, ops, daqueles anormais. Vi em uma matéria no Discovery Channel, há algum tempo atrás, que pesquisadores americanos tentavam analisar mentes assassinas. Chegaram à conclusão que talvez esse instinto tão maldoso venha de um cérebro mal desenvolvido, na minha opinião, cérebro? Ah, eles não tem isso.
Conversando com a minha mãe hoje chegamos à conclusão que nem aquele hamster fedorento que a minha sobrinha cria eu teria coragem de jogar pela janela. Soltá-lo-ia se me irritasse muito, mas jogar não. Jogar bola, voley, futebol, não seria isso o que as pessoas deveriam “jogar”? Aonde iremos chegar é que eu não sei, e sinceramente... não quero estar aqui pra ver. As pessoas perderam o bom senso, as pessoas perderam a noção. As pessoas perderam o AMOR. Não generalizando claro, mas o que é o amor? No dicionário: Afeição viva por alguém ou por alguma coisa: o amor a Deus, ao próximo, à pátria, à liberdade.

Contraditório, não?! Quem ama não mata. Quem ama quer a liberdade, e não ser preso. O problema e que ninguém mais sabe o que é o amor... O “eu te amo” se tornou muito fácil de ser dito... e muito mentiroso também!
Pela primeira vez na vida não consigo terminar um texto... e sinceramente, sem vontade alguma de termina-lo. Sabe por quê? Porque as pessoas se acostumaram com o fim, e não lutam, não gritam, não choram... Porque se calar se tornou fácil demais... Porque o “tempo” resolve tudo, e só o tempo cura, e para mim, o tempo, é a desculpa dos covardes e hipócritas, que tem medo de lutar e enfrentar.
Mas enfim... o medo virou nosso melhor amigo e ninguém faz nada... Pelo visto, vai continuar sendo, afinal, um assassino mora ao lado, aqui na minha cidade e a única coisa que consigo sentir nesse momento é raiva. Raiva. Muita raiva por 17 tesouradas esquecidas por uma justiça... Agora, não se trata de tesouras. Mas de pele, braço, mão...
Sem conseguir terminar esse “texto”, fica aqui a minha revolta... por eu ser também, mais uma brasileira inútil.